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  • Foto do escritorJônatas Catunda de Freitas

Ultrassom da tireóide – entenda o laudo do exame!

Atualizado: 25 de fev. de 2023

Fez um ultrassom da tireóide e quer entender melhor o resultado do seu exame? Nesse artigo vou te explicar as principais características do laudo do exame!

Todo mundo precisa fazer ultrassom da tireóide de rotina?

Não há necessidade de todo mundo fazer um ultrassom para avaliar a tireóide, pois isso causa a descoberta de nódulos benignos inofensivos que são extremamente comuns. Além de gerar ansiedade, esses nódulos vão ter que ser acompanhados, talvez puncionados e, como a punção nem sempre dá a certeza que é benigno, vão acabar eventualmente sendo operados.


Quem realmente precisa fazer ultrassom da tireóide?

  1. Quem tem nódulos tireoidianos ou cervicais palpáveis ou visíveis

  2. Quem já tem alguma doença hormonal da tireóide – hipotireoidismo ou hipertireoidismo

  3. Quem tem algum parente com história de câncer de tireóide

Você que já fez um ultrassom e quer entender melhor o laudo, vamos aos detalhes. Esse texto não substitui uma consulta médica! Não trato um exame, trato um paciente que deve ser visto como um todo! Às vezes o ultrassom deixa passar despercebido algo que no exame físico está alterado!


Localização

A tireóide pode estar na localização habitual – tópica, ou fora do local dela, ectópica – alguns pacientes tem o que chamamos de tireóide lingual, quando a tireóide não migrou da língua para o pescoço durante o período embrionário! A tireóide fica dentro da boca nesses casos.


Tamanho

O tamanho pode estar normal, aumentado ou reduzido. A tireóide aumenta em algumas situações: deficiência de iodo, doença de Graves (hipertireoidismo), bócio multinodular, e tireoidite de Hashimoto (estágios iniciais). A tireóide ca reduzida no hipotireoidismo, decorrente da tireoidite de Hashimoto – doença autoimune que causa atro a da glândula. Muitos casos vão precisar repor hormônio tireoidiano. O volume da tireóide normal varia de 7 a 15 cm3.


Ecotextura

A textura da tireóide pode ser homogênea ou heterogênea. Pode ser difusamente heterogênea, o que indica alguma doença sistêmica da glândula, como a tireoidite de Hashimoto ou a doença de Graves, ou heterogênea às custas de vários nódulos.

Ecogenicidade

A tireóide normalmente é hiperecogênica em relação aos músculos ao redor – ela é mais clara. As doenças auto-imunes vão deixando a glândula cada vez mais in amada e alterada, podendo mudar para isoecogênica ou hipoecogênica. Aqui falo da tireóide, e não dos nódulos!

Lesões focais

As lesões focais são os nódulos ou cistos. Podem ser únicos ou múltiplos, unilaterais ou bilaterais, ser localizados em alguma parte da tireóide – dividimos a glândula em 3 partes para se situar – terço superior, médio e inferior. Ou ocupar todo um lado da tireóide.

Linfonodos

As vezes são encontrados linfonodos ao redor da glândula tireóide ou em cadeias laterais. O pescoço possui cerca de 300 linfonodos naturalmente, mas pode acontecer de alguns deles crescerem e chamarem a atenção. Na maioria das vezes é relacionado a alguma infecção viral ou bacteriana, mas podem aumentar se houver uma metástase de um câncer para dentro do linfonodo, possível de acontecer no câncer de tireóide. Nesse caso a pessoa que fez o ultrassom deve detalhar o linfonodo doente – globoso, com degeneração cística, perda da morfologia hilar, margens e contornos irregulares – são os achados mais suspeitos.



Dr. Jônatas Catunda

Cirurgião de cabeça e pescoço, especialista em tireoide. Formado pela Universidade Federal do Ceará, professor universitário, mestrado em cirurgia pela UFC, doutorando em cirurgia pela UFC

CRM 14951 RQE 8522


Caso tenha alguma dúvida, entre em contato




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