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Foto do escritorJônatas Catunda de Freitas

Como é feito o acompanhamento do câncer de tireóide?

Tireoglobulina? Anti-tireoglobulina? Ultrassom do pescoço? Entenda melhor como é feito o acompanhamento do câncer de tireóide! Todo paciente que teve câncer deve fazer acompanhamento médico para o resto da vida. Isso porque em todo câncer existe o risco de voltar, mesmo os de baixo risco. As vezes em alguns meses, as vezes em alguns anos ou até em décadas. No câncer de tireóide, a recidiva pode ser local, algum nódulo no pescoço, ou à distância – nódulos no pulmão, fígado ou ossos, porém é bem raro de isso acontecer.

Tratamento do câncer de tireoide

O tratamento do câncer de tireóide envolve cirurgia, radioiodoterapia e terapia supressiva. O principal é a cirurgia, que pode ser parcial, total ou total com esvaziamento, e os outros tratamentos são adjuvantes. Quanto mais agressiva for a doença, mais agressivo será o tratamento. É por isso que alguns pacientes fazem apenas a tireoidectomia parcial e ficam curados, enquanto outros precisam ser operados várias vezes, fazer radioiodoterapia mais de uma vez… Cada caso é um caso.

Você pode ler um pouco mais sobre o tratamento nesse link: Câncer de tireoide – como é o tratamento!

Acompanhamento do câncer de tireóide

No seguimento do câncer de tireóide, existem alguns exames que nos ajudam a detectar precocemente as recidivas.

Ultrassom cervical

O ultrassom cervical avalia a região onde estava a tireóide e os linfonodos recorrenciais, o primeiro onde a doença pode voltar. Também rastreia a cadeia lateral e os níveis II a V à procura de linfonodos suspeitos. A frequencia de realizar esse exame após a cirurgia varia de cada caso. Em geral uma vez por ano é su ciente. Outros exames muito importantes são: TSH, T4 livre, Tireoglobulina e Anti-tireoglobulina, que devem sempre ser feitos em conjunto pois os valores de um podem interferir no outro. Vamos por partes:

TSH e T4 livre

Mostram a função tireoidiana e a reposição hormonal, avaliando como está a terapia supressiva. Todo paciente tratando de carcinoma papilífero deve car com TSH supresso, próximo a 0,1. Casos mais agressivos devem car com valores até menor do que isso, e casos de baixo risco entre 0,1 e 2. Isso é importante pois inibe o crescimento de recidivas. Tanto o paciente deve tomar religiosamente a medicação todos os dias quanto a dose deve se ajustada e aumentada até atingir esses valores de TSH. Após alguns anos e sem sinais de recidiva, é possível reduzir o grau de supressão para evitar consequências como fibrilação atrial e osteoporose.

Tireoglobulina e anti-tireoglobulina

Tireoglobulina é uma proteína produzida EXCLUSIVAMENTE pela tireóide para armazenar iodo. A vantagem desse exame é que quando a tireóide é removida, o exame de sangue não detectará nada de tireoglobulina e cará zerado, na maioria dos casos. Esse exame é extremamente importante pois quando ele começa a subir, é um sinal bem precoce de que a doença vai recidivar, permitindo tratamento precoce e chance de cura ainda muito boa!

A anti-tireoglobulina é um anti-corpo que ataca a tireoglobulina, comum nos pacientes que tem Tireoidite de Hashimoto. Na maioria dos pacientes ela é negativa, mas quando positiva ela atrapalha a dosagem da tireoglobulina no seguimento do câncer, pois faz com que o exame de tireoglobulina dê negativo sem realmente ser negativo. Nesses casos acompanhamos os valores de anti-tireoglobulina para prever se a doença vai recidivar ou não, mas não é tão con ável quanto a tireoglobulina.

TSH / Tireoglobulina / reposição de hormônio

Quanto maior for a dose da reposição de hormônio, menor serão os valores de TSH e de Tireoglobulina, e vice e versa. Caso haja alteração na dose do hormônio, isso causará também variação nesses exames. É por isso que sempre dosamos todos os 4 juntos, em cada consulta. Se a tireoglobulina começa a subir, devemos sempre olhar como está o TSH e a dose da levotiroxina para saber se é um aumento real ou apenas flutuação devido aumento do TSH/redução da dose do hormônio.

Resposta ao tratamento

A ATA classificou os pacientes após o tratamento em quais deram certo e quais vão apresentar recidivas.

  1. resposta completa ao tratamento

  2. resposta indeterminada

  3. resposta bioquímica incompleta

  4. recidiva estrutural

Entrarei em detalhe sobre cada uma dessas classificações nos próximos posts.



Sobre o site drtireoide.com

Hoje em dia, com a quantidade de informação disponível na internet  fica difícil encontrar conteúdo de qualidade. E esse é exatamente o meu objetivo, levar  informação de qualidade a quem precisa. As vezes percebo que não consigo passar para o paciente todo o conhecimento sobre a sua doença ou, devido a ansiedade da consulta, o paciente não capta toda a mensagem.  Qualquer dúvida escreva nos comentários. Talvez eu escreva um post ou faça um vídeo sobre o seu problema! Se você quiser  marcar uma consulta comigo, clique aqui. 

Criei esse site para ajudar meus pacientes a entender melhor o seu tratamento. Percebi que os médicos em geral não tem tanto conhecimento sobre tireóide como o cirurgião de cabeça e pescoço tem. Não é fácil encontrar conteúdo de qualidade voltado para pacientes na internet, pois o dr google já diz que tudo é câncer. Por isso tenho essa missão de compartilhar o que sei para facilitar sua vida! Obrigado!

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