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  • Foto do escritorJônatas Catunda de Freitas

5 fatos sobre o câncer de tireóide que todo mundo deveria saber

Descobriu um câncer de tireóide e está arrancando os cabelos de tanta preocupação? Ou encontrou um nódulo e quer saber mais sobre a possibilidade dele ser maligno? Nesse texto vou te ensinar 5 coisas sobre câncer de tireóide!

Fato número 1 – Os sintomas do câncer de tireóide são os mesmos dos nódulos tireoidianos

O câncer de tireóide pode se manifestar como um caroço endurecido e indolor na região central ou lateral do pescoço. Mas atualmente a maioria dos casos são descobertos antes de serem palpáveis ou visíveis, através do ultrassom da tireóide. Não chegam a ser notados clinicamente de tão pequenos, portanto não causam nenhum sintoma! Muitas vezes são nódulos detectados no ultrassom que após fazer o exame da punção da tireóide descobrem ser um câncer. Alguns casos mais agressivos podem aparecer como uma rouquidão que não melhora – por conta de invasão da traquéia ou do nervo laringeo recorrente, mas não é a regra, é a exceção!

Para ler mais sobre nódulos, veja esse outro artigo: Nódulo na tireóide – o que você precisa saber

Fato número 2 – O câncer de tireóide tem cura!

Primeiro passo – manter a calma. Atualmente o câncer é considerado uma doença crônica, boa parte tem tratamento e altas taxas de cura, principalmente se descobertos precocemente. E o câncer de tireóide não é diferente. Há vários tipos e vários estágios, cada caso é um caso, mas é importante saber que a maioria tem altas taxas de cura, 95% em 30 anos.

Existem fatores do paciente, do tumor e do tratamento que devem ser avaliados para saber se você viverá uma vida longa e saudável curada ou se a doença irá recidivar muitas vezes. Isso consigo te dar bem mais detalhes ao nal do tratamento. 99% dos pacientes com câncer de tireóide escapam. Algo que percebo na prática clínica é que os pacientes que fazem parte do 1% percebo já na primeira consulta – doença agressiva, evoluindo rápido…

Aprendi com um grande professor uma parábola útil para explicar aos pacientes sobre o comportamento do câncer. Imagine uma cerca que representa a vida e dentro dela 3 animais representam as doenças: uma tartaruga, um coelho e uma águia. A tartaruga, por mais que tente nunca conseguirá pular a cerca da vida – matar. A maioria dos cânceres de tireóide são tartarugas. O coelho pode até tentar pular a cerca, mas eu consigo pegar – alguns pacientes se não cuidarem a doença mata, mas fazendo o tratamento bem feito escapam. Já alguns casos são águias – mesmo com todo o tratamento do mundo ela vai pular a cerca e ninguém vai segurar – raros casos de tireóide são assim. Infelizmente Deus tem caminhos que não compreendemos.

Fato número 3 – O tipo de câncer mais comum é o mais fácil de tratar

Os principais tipos de câncer de tireóide são:

Carcinoma Papilífero – É o mais comum, responsável por 95% dos casos, e a maioria de tudo o que você lê sobre câncer de tireóide é sobre ele. Tem altas taxas de cura, 95% em 30 anos. Não existe fator causal conhecido. Ninguém sabe por que ele surge nem você tem culpa de adquiri-lo. As chances de cura são muito boas mas ja vi paciente morrer por causa dele – consigo contar nos dedos de uma mão – casos negligenciados que chegaram tarde demais, com lesão volumosa do tamanho de uma manga no pescoço já se espalhando para os linfonodos – são os coelhos.

Carcinoma Folicular – Representam 2% – Semelhante ao carcinoma papilífero, porém mais raro. Também é bastante curável, a chance de estar vivo em 30 anos é 85%.

Carcinoma Medular – Representam 2% dos casos de câncer de tireóide e se comportam bem diferente do papilífero, pois tem uma tendência maior a se espalhar pelo corpo – dar metástases para os pulmões, fígado, ossos… O principal tratamento é a cirurgia, que em muitos casos será necessária várias vezes. A radioiodoterapia não tem papel nesses casos. Esse tipo de câncer tem uma importante relação genética – cerca de 25% dos casos são familiares! Há inclusive um teste genético para sabe se você pode passar esse gene para seus lhos. A chance de estar vivo em 10 anos é 65%. Nesse tipo de câncer não se fala em cura, apenas em remissão – controle da doença, pois a chance de voltar após o tratamento é bastante alta.

Carcinoma Anaplásico – Felizmente representa menos de 1% dos casos, sendo bastante raro. Geralmente acomete idosos com mais de 70 anos portadores de bócio volumoso de longa data. É o câncer mais agressivo do ser humano. A mortalidade é tão alta que praticamente todos os casos não sobrevivem até 6 meses após o diagnóstico. Não existe tratamento. São as águias da parábola.

Fato número 4 – A incidência está aumentando

O carcinoma papilífero é o mais comum e a sua incidência tem aumentado nas ultimas décadas de forma alarmante. Apesar desse aumento, a mortalidade se manteve a mesma, independente da evolução do tratamento.

Fato número 5 – O tratamento principal é a cirurgia

O tratamento do câncer de tireóide envolve cirurgia, que pode ser a tireoidectomia parcial ou a tireoidectomia total. Na maioria dos casos a primeira cirurgia resolve o problema e cura o câncer! Mesmo nos casos em que não se sabia que era câncer antes de operar!

Casos mais agressivos em que a doença ja saiu do tumor primário e se espalhou para os linfonodos regionais, será necessário o esvaziamento cervical ou linfadenectomia. Pode ser de 2 tipos – recorrencial, onde retiro os linfonodos ao redor da tireóide sem precisar aumentar o tamanho da incisão, ou lateral, em que preciso esvaziar todos os gânglios da cadeia jugulo-carotídea, uma cirurgia bem maior e com mais sequelas do que a própria tireoidectomia.

Além da cirurgia, existem tratamentos adjuvantes que auxiliam a manter o paciente curado. No carcinoma papilífero e no folicular, esse tratamento é a radioiodoterapia. Esse tratamento consiste em deixar o corpo ávido por iodo através da suspensão do hormônio por 30 dias e uma dieta especial pobre em iodo para em seguida tomar uma dose única de iodo radioativo, que age especi camente no tecido tireoidiano remanescente após a cirurgia. Como o carcinoma papilífero e o folicular são semelhantes ao tecido tireoidiano eles vão absorver o iodoradiotativo e isso poderá ser avaliado na PCI – pesquisa de corpo inteiro. Além de tratar esse exame avalia se havia doença à distância, além do pescoço. Nem todo mundo precisa da iodoterapia – como a maioria dos casos é de muito baixo risco, será necessário apenas seguir de perto dosando a tireoglobulina e fazendo ultrassom cervical para detectar recidivas.



Sobre o site drtireoide.com

Hoje em dia, com a quantidade de informação disponível na internet  ca difícil encontrar conteúdo de qualidade. E esse é exatamente o meu objetivo, levar  informação de qualidade a quem precisa. As vezes percebo que não consigo passar para o paciente todo o conhecimento sobre a sua doença ou, devido a ansiedade da consulta, o paciente não capta toda a mensagem.  Qualquer dúvida escreva nos comentários. Talvez eu escreva um post ou faça um vídeo sobre o seu problema! Se você quiser  marcar uma consulta comigo, clique aqui

Criei esse site para ajudar meus pacientes a entender melhor o seu tratamento. Percebi que os médicos em geral não tem tanto conhecimento sobre tireóide como o cirurgião de cabeça e pescoço tem. Não é fácil encontrar conteúdo de qualidade voltado para pacientes na internet, pois o dr google já diz que tudo é câncer. Por isso tenho essa missão de compartilhar o que sei para facilitar sua vida! Obrigado!

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